Apple aposenta o iPhone SE e redefine estratégia com o novo iPhone 16e

A Apple descontinua seu smartphone mais barato e lança o iPhone 16e, um modelo de entrada mais sofisticado e com preço mais elevado.

A mudança reflete uma nova estratégia da empresa para ampliar sua base de usuários sem comprometer receitas.

Navegue pelo conteúdo

O fim do iPhone SE e a chegada do 16e

A Apple deu um passo decisivo em sua linha de smartphones ao anunciar o fim do iPhone SE (2022) e a introdução do iPhone 16e. O novo modelo assume o posto de opção mais acessível da marca, mas com um valor significativamente mais alto. Nos Estados Unidos, o iPhone 16e tem preço inicial de US$ 599 (128 GB), enquanto no Brasil, o valor parte de R$ 5.799 na pré-venda. Já o iPhone SE (2022), que chegou ao mercado como uma opção mais barata, era vendido por R$ 4.299 (64 GB) antes de ser retirado das lojas oficiais da Apple.

O iPhone 16e traz uma proposta diferenciada. Ele conta com uma tela OLED de 6,1 polegadas, superior às 4,7 polegadas do iPhone SE, e substitui o Touch ID pelo Face ID, marcando o fim do botão físico de início. O dispositivo também compartilha o chip A18 com o iPhone 16, permitindo acesso a recursos de inteligência artificial da Apple, como geração de resumos automáticos e assistências inteligentes para textos e imagens. Contudo, essas funções ainda não estão disponíveis em português, mas a Apple promete lançá-las no Brasil em abril.

A nova estratégia da Apple: preço mais alto, mais tecnologia

A mudança na linha de entrada da Apple não é apenas uma questão de hardware, mas faz parte de uma estratégia maior. Segundo Tina Liu, analista da Counterpoint Research, o iPhone SE nunca foi um grande sucesso de vendas, representando apenas 1% das vendas da marca em 2023. O foco agora é oferecer um dispositivo mais avançado, que possa atrair tanto usuários de iPhones antigos quanto novos consumidores que buscam um telefone premium a um preço mais acessível.

Essa abordagem também reflete a tendência do mercado de smartphones para a chamada “premiumização”. Com ciclos de troca mais longos e dispositivos mais sofisticados, os consumidores estão dispostos a investir em modelos com recursos avançados. Segundo a Counterpoint Research, usuários de iPhones da linha Pro são mais propensos a atualizar seus dispositivos regularmente, o que tem impulsionado as receitas da Apple.

O impacto global e a aposta no ecossistema Apple

A decisão de lançar o iPhone 16e também tem um impacto direto em mercados sensíveis a preço, como a América Latina e o Sudeste Asiático. De acordo com Le Xuan Chiew, analista da Omdia, a Apple quer garantir competitividade nessas regiões ao oferecer um modelo de entrada que incentive a adesão ao seu ecossistema. Isso significa que, ao adquirir um iPhone, o consumidor pode ser levado a comprar outros produtos da marca, como Apple Watch, AirPods e AirTags.

Além disso, a Apple busca reaquecer suas vendas, que se mantiveram estáveis nos últimos anos. Com o iPhone 16e, a empresa aposta em um modelo acessível, porém tecnologicamente avançado, para atrair novos usuários e manter a fidelidade dos clientes existentes. Se a estratégia funcionará, só o tempo dirá, mas os números indicam que a empresa está disposta a redefinir o conceito de “iPhone de entrada” com um posicionamento mais premium.